quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Cinquenta e 2 mil anos

Eu olho ao redor,
certo de minha visão finita.
busco na fita da memória
alguma história aflita
algum drama

Não acho.

Pois nem abaixo, nem acima
desta rima pobre
que se chama vida
vive ainda o que nós somos

Trocamos os pés pelas mãos
e nos abraçamos
um abraço de banquete de marmita
nesta ilusão que não nos pertence

Não há.

Coisa mais bonita
é ser e só.
o que não nos limita,
corpo ou pó,
tu e eu,
pela lei universal

Temos todo o direito
e somos:
amor incondicional.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Divagar Quase Pairando

De certo vi muito longe,
num divagar de monge, esse presente
que parece só meu

Mas se engana quem fala
que, "sê devagar e não resvala"
com a fé de um ateu

De certo não usei óculos de grau
muito menos fé,
pra diferenciar quem é pobre
ou filho de fulano de tal

E pouco me importa!
digo, e digo mesmo;
cego é quem não enxerga o meandro
e se banha de um mundo ao avesso

Cego é quem não vê que
o presente é de todos
aqui ou acolá
seja sozinho ou de bando

O presente é divagar quase pairando.