E todo coração que leio, na linha,
me parece errado.
Na minha própria poesia;
coração com "s", coração quadrado
Que antes de falar à revelia
eu lia, e ainda hoje o faço;
mas morre todo dia uma palavra,
um espaço
Um traço rabiscando o branco,
uma folia
De todo coração que leio
me falta agora o seu,
aquele sorriso, aquele "quê" que não é meu
felicidade baldia
Hoje a lágrima mancha a métrica,
a melodia
Hoje me sinto mais só.
Vá com os anjos, Moacyr!
As avenidas, em linhas largas, transbordam em multidão. As ruas, de curvas magras, inventam a direção. O beco, não. É pequeno, egoísta, quer chamar atenção. Forte, fraco, carente e brigão. Todo mundo tem um beco. Um lugar deixado pra lá. Uma mania torta. Louca pra se mostrar. E não há nada mais gostoso. Do que quando, num segundo de olhar A gente descobre no outro. Um beco pra se morar.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Ensaio
Lá onde nasce o rio da oração
Peixe é só do "bão"
Coração se veste d'ouro
Louro na cabeça é fé
Só não se vai à pé
Necessita um caminhão
Meu quinhão é andar nesse mundo
Eu, minhas "cria" mais minha "muié"
Já que Deus nos deu chão
Na estrada seja o que eu quiser
Peixe é só do "bão"
Coração se veste d'ouro
Louro na cabeça é fé
Só não se vai à pé
Necessita um caminhão
Meu quinhão é andar nesse mundo
Eu, minhas "cria" mais minha "muié"
Já que Deus nos deu chão
Na estrada seja o que eu quiser
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Lágrima Rosa
Não falo assim por estar sentimental
metal contra metal no olho
lágrima rosa, ferrolho,
lusco-fusco coração
Porque estar é de sala
fala que sossega mansa
grito vermelho, aliança,
entardeço e sou
E vou de mãos dadas contigo
umbigo contra umbigo no ferro
gozo violeta, esmero
que o sol só começou a se pôr
em nossas vidas
E quero, entre abraços e partidas,
curtida voz embargada
riso azul, gargalhada
te levar comigo por toda madrugada.
metal contra metal no olho
lágrima rosa, ferrolho,
lusco-fusco coração
Porque estar é de sala
fala que sossega mansa
grito vermelho, aliança,
entardeço e sou
E vou de mãos dadas contigo
umbigo contra umbigo no ferro
gozo violeta, esmero
que o sol só começou a se pôr
em nossas vidas
E quero, entre abraços e partidas,
curtida voz embargada
riso azul, gargalhada
te levar comigo por toda madrugada.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Espera
O que eu não sei é de tempo.
Quarenta minutos esperando,
o dia inteiro, suspirando
por um sorriso quadradro
E fico madrugada a dentro
remoendo, lento, o que será?
O que querem de mim?
Se sim, sou par,
se não, ímpar
Porque o dinheiro me dá nauseas
e toda gente que ora quer
eu quero ser solitário mesmo
e sou
Por tanta poesia
portanto estou
e estar não é fingir
é morrer e matar
E de escolher, eu mato
cato a rolha pra fechar meu vinho
caminho que tanta gente percorre
e nem se quer pergunta:
Enfado ou desalinho?
Eu sou espinho,
e vivo do vento que não te toca,
boca que diz, passarinho,
palavra que asa enforca
Que de angustia e vida, vivo só;
meu coração é nó
pó de feitiço
rima de cór
Mato alguém que já conheço
karma
o avesso da concordia
mato mesmo minh'alma.
Quarenta minutos esperando,
o dia inteiro, suspirando
por um sorriso quadradro
E fico madrugada a dentro
remoendo, lento, o que será?
O que querem de mim?
Se sim, sou par,
se não, ímpar
Porque o dinheiro me dá nauseas
e toda gente que ora quer
eu quero ser solitário mesmo
e sou
Por tanta poesia
portanto estou
e estar não é fingir
é morrer e matar
E de escolher, eu mato
cato a rolha pra fechar meu vinho
caminho que tanta gente percorre
e nem se quer pergunta:
Enfado ou desalinho?
Eu sou espinho,
e vivo do vento que não te toca,
boca que diz, passarinho,
palavra que asa enforca
Que de angustia e vida, vivo só;
meu coração é nó
pó de feitiço
rima de cór
Mato alguém que já conheço
karma
o avesso da concordia
mato mesmo minh'alma.
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