quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Espera

O que eu não sei é de tempo.
Quarenta minutos esperando,
o dia inteiro, suspirando
por um sorriso quadradro

E fico madrugada a dentro
remoendo, lento, o que será?
O que querem de mim?
Se sim, sou par,
se não, ímpar

Porque o dinheiro me dá nauseas
e toda gente que ora quer
eu quero ser solitário mesmo
e sou

Por tanta poesia
portanto estou
e estar não é fingir
é morrer e matar

E de escolher, eu mato
cato a rolha pra fechar meu vinho
caminho que tanta gente percorre
e nem se quer pergunta:
Enfado ou desalinho?

Eu sou espinho,
e vivo do vento que não te toca,
boca que diz, passarinho,
palavra que asa enforca

Que de angustia e vida, vivo só;
meu coração é nó
pó de feitiço
rima de cór

Mato alguém que já conheço
karma
o avesso da concordia
mato mesmo minh'alma.

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