terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ilmo Sr. Pedro Américo

Era o Sr. Américo quem ditava o amor na madrugada
Como que redescobrisse a amada naquele quarto escuro
Uma disparidade; opróbio e dignidade
Ele próprio, só, e duas metades

Mas ensinava, como um médium, sem saber a imensidão
Como se o amor fosse o pão, o remédio
Uma barbaridade; o ócio e a vontade
Os dois nus, ele só vaidade

Acabou o ditado muito antes do esperado
Como quem, calado, entende a dor
Uma contrariedade; o inseto e a flor
Partiu confuso, o professor
Não admitindo tanto amor.

Um comentário: