segunda-feira, 15 de agosto de 2011

E.T.

O silêncio é abrigo,
um umbigo pra quem só vê ombro,
o dobro de sorriso pra quem só chora,
embora o choro possa traduzir sorriso.

Nada disso funciona vendo de fora,
agora, sendo só espectador

A dor aí, amigo, vem de dentro
um moedor de sentimento, tudo vira ilusão
a oração passa de leão à traíra
num borrão

Que a mentira não sustenta a alma,
tão pouco a alma alicerça a razão.

Portanto, sejamos senhores de nós mesmo,
digamos não a TV, as tragédias, aos "amigos",
a corrupção

Digamos que fomos abduzidos
e ao invés de culpa e explicação,
trouxemos de volta a música,
a explosão interior

Ninguém mais é amador,
sabendo que a dor é mera colisão
que se repete sem fim

Onde a mente diz que não
e o coração diz que sim.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Teta

Escrevo como um manco
onde a tela é a casa
mas, falta sempre um móvel,
um papel em branco

Por isso hoje sou maneta
mas não sei caminhar,
sou careta, porém
só sei beber

Sou um tanso,
pois aprendo tanto vivendo
que me rendo ao teclado

É errado, eu sei,
mas tenho paciência

Sou um programa sem vinheta,
e digo que, punheta, seria a rima certa,
ou a que a multidão clamaria

Eu masturbo o verso
à revelia,
mas me falta pedra, papel e caneta

Me falta a teta
não o leite.