segunda-feira, 28 de março de 2011

Falando de Amor

Promessa é dúvida.

Palavra pouco atrevida.

Vida se faz em trinta anos
ou em seis meses

Me apoio na palavra,
pois, de flor rasgada
basta meu nome

Coloco meu fone
e ouço
respingando em cada música
o teu abraço

E olhando pro lado de lampejo,
de supetão,
mesmo nos piores dias,

Me encontro e me perco,
no teu braço, no nosso beijo

E almejo que tudo seja sempre assim

Porque a vida é
o avesso da calma

A vida é o cimento da alma.

E na palma da minha mão,
em uma daquelas linhas,

Aquela maior, exatamente naquele curso,
meu pulso vibra em comunhão

Podem me ditar o melhor discurso,
mas hoje sou o mais feliz

Porque teu habitat é o meu coração.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Morno

De tudo que não tenho
pouco me falta. Mesmo!
Flauta assobiando no olhar,
mar ancorado em meus pés
e túneis que, na língua, viram beijos

E esse revés?
Espelho meu empoeirado,
maltratado pela ferrugem?
Urgem os meus sistemas,
porque sou louco, pois falta tão pouco,
uma vírgula apenas

E eu aqui,
ao invés de dormir,
escrevendo poemas.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Vida

Pincel é igual a quadro,
quadro é igual à tinta;

Crase no sorriso,
pinta maquiada;

Nada além de branco,
banco torto;

Qualquer papel é encosto
o bar te finta

Minta, que eu vou te abraçar,
atremar ao teu discurso

"Quinta" vez que te falo
me calo

Milésima vez de absurdo
mudo

E com tudo
não deixo de amar.