Se no embrião houvesse cor, palavra, gosto e liberdade
E a idade fosse, nada mais, que ruga vencida
Não suportariam as pontes, edifícios ou escadarias
Se não fossem as notas dos sapatos,
Os sobressaltos dos abraços cheios de melodia
Bastaria um dia
Ouvindo o que não há
Molhando o vazio do berço
Pra se criar o avesso
Um feto suicida
Pois o mundo é de carne,
A dor é divina
Mas, sem música, não há vida.