quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Post it

Termino o dia lendo um post it
uma lenda de amor,
coberta pelo azar do palpite

Que vida que interessa
é essa de dois pés que esperam a onda
tipo ronda de mar raso, sem pressa

Feito maré
que espanta mané da areia,
mas eu não.

Eu finco meu pé e espero
a maré cheia

Pra saber da profundidade,
das minúcias, astúcias
de minha divindade

E se sinto saudade
é só Lua cheia

Termino o dia lendo um post it
uma lenda de amor,
alergia

Minha dosagem exata
de alegria e desquite

meu remédio pra rinite.

terça-feira, 4 de março de 2014

Bundas

Vidrado em folhas;
bolhas brancas dançando

O incesto do carnaval
mal começa e se esvai

Trajando a mudez,
a escassez do rapaz

Que traja tinta branca
e arranca suspiros

Leva pra casa migalhas de amor
e a dor de um tiro

Que não mata, mas expõe
a alma profunda

Cansada de tantas cadeiras
pra sua bunda.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Chupa 3D!

O que nos faz acreditar, senão a qualidade de questionar?
O homem é burro por simplesmente ignorar as estrelas, o absoluto.
Um ser astuto, mas que delega o seu próprio comando a um ser barbudo,
dirigente do universo, mas que com toda a prosa e verso existente,
prefere a gente aqui, nesse planeta azulzinho minúsculo.
E, pasmem! Tem até concorrente.
Um ser descontente, que ao invéns de barba resolveu ter chifres.

É que, pra se ter barba, basta não aparar,
mas para ter chifres é preciso mentalizar!
Há!

Ora, enquanto o homem da terra não se der conta
de que é uma minúscula ponta de um corpo, uma célula,
nunca fará parte daquela verdadeira vida.
Que clama só por um amanhecer do ser humano.

É que pra ser humano, basta viver,
mas pra viver é preciso entender!
Há!

Entender que o Diabo é o próprio verbo, o susto,
o ego que nos faz subviver.
O que tem seu valor, claro, como uma ilusão.
Onde vivemos o agora.
Uma doença entre crentes e ateus.

Entender que somos o câncer ou a cura.
Entender que somos o corpo de Deus.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Cinquenta e 2 mil anos

Eu olho ao redor,
certo de minha visão finita.
busco na fita da memória
alguma história aflita
algum drama

Não acho.

Pois nem abaixo, nem acima
desta rima pobre
que se chama vida
vive ainda o que nós somos

Trocamos os pés pelas mãos
e nos abraçamos
um abraço de banquete de marmita
nesta ilusão que não nos pertence

Não há.

Coisa mais bonita
é ser e só.
o que não nos limita,
corpo ou pó,
tu e eu,
pela lei universal

Temos todo o direito
e somos:
amor incondicional.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Divagar Quase Pairando

De certo vi muito longe,
num divagar de monge, esse presente
que parece só meu

Mas se engana quem fala
que, "sê devagar e não resvala"
com a fé de um ateu

De certo não usei óculos de grau
muito menos fé,
pra diferenciar quem é pobre
ou filho de fulano de tal

E pouco me importa!
digo, e digo mesmo;
cego é quem não enxerga o meandro
e se banha de um mundo ao avesso

Cego é quem não vê que
o presente é de todos
aqui ou acolá
seja sozinho ou de bando

O presente é divagar quase pairando.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Alinhamento

Uni o verso.
Ao inverso do que disse.
Reparei crendice em todo canto
como se fosse música.
E o encanto se tornou túnica,
espanto, murmúria

Sondei a alma
na calma da certeza.
Reparei que era astuto em toda frase,
como se fosse a prosa
a base da destreza.

No momento do raio,
vi que o som era mudo,
e que viver é ponto de vista

Ou luto ou absoluto.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Despertar

Quando amanhece no quintal do meu ser
sinto que viver
já faz parte de mim

E que é preciso bagunçar o final
pra que todo mal
seja limpo enfim

O amanhã é agora pra quer assim
E o que foi
não é nada além de mim

E não há saudade
todos somos eu você
A liberdade vem pra quem quiser se perder
Não há bondade pois a intenção já findou

Só o amor
que brotou do um.